Faesc. Para José Zeferino Pedrozo, o agronegócio é resiliente, mas o cenário continua desafiador

Nascido em Campos Novos em 15 de abril de 1941, José Zeferino Pedrozo é uma liderança empresarial com extensa experiência na área. Além de ocupar o cargo de presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) desde 1990, ele também desempenha papéis de destaque como presidente do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR/SC), vice-presidente da Confederação da Agriculturae Pecuária do Brasil (CNA) e vice-presidente do Conselho Deliberativo Nacional do SEBRAE.
Em meio a um cenário desafiador para o agronegócio, marcado por reveses significativos, José Zeferino Pedrozo destaca, em entrevista exclusiva à Rede Catarinense de Notícias, a complexidade enfrentada pelo setor, especialmente na região sul do país.

Sem lucro

Quarto maior produtor de leite do Brasil, Santa Catarina viu-se impactada, conforme Pedrozo, pela falta de uma política efetiva de importação e exportação, resultando em preços achatados devido a maior disponibilidade do produto no mercado. A atipicidade do ano ainda é evidenciada “pela ausência de margem de lucro para os produtores de leite, grãos e na pecuária de corte”, pontua Pedrozo.

Para o presidente da Faesc, historicamente, o setor do agronegócio segue firme na resiliência. Compartilhando a experiência como produtor, menciona a considerável queda nos preços do gado gordo, mas reforça que o agro, acostumado a desafios, permanece consolidado e desempenha papel fundamental na economia nacional, fornecendo alimentos tanto para o consumo interno quanto para o mercado internacional.

Lula

Sobre a recente nota da Frente Parlamentar do Agronegócio criticando o discurso do presidente Lula na COP28, José Zeferino Pedrozo destacou a posição da FAESC. "Nós somos vinculados à Confederação Nacional da Agricultura, que é nosso órgão de cúpula. Nesses assuntos nacionais, geralmente, a resposta vem através da manifestação do presidente de todo o sistema do agro brasileiro. Eu acho que foi infeliz essa manifestação, mas a resposta definitiva, certamente, a Confederação, se já não deu, vai dar. E também a nossa representação da Frente Parlamentar da Agricultura já se manifestou, demonstrando também a sua divergência com essa fala do presidente da República”, observou.

"Estamos vivendo um ano muito atípico; só no sul do país são mais de R$ 20 bilhões de prejuízos"

Marco temporal 

Quanto ao veto do marco temporal e às expectativas para o agronegócio em 2024, José Zeferino Pedrozo afirmou que o setor é favorável ao veto. "Nós, lógico, só podemos ser favoráveis, estamos confiantes na derrubada do veto do presidente da República e vai chegar uma hora que a verdade tem que aparecer. É artigo constitucional o direito de propriedade, nós sentimos que essas situações tenham sido modificadas, depois de já confirmadas num passado não muito remoto, e agora vem o nosso Supremo, que é o responsável pela Justiça Nacional, deixar em dúvida e colocar as propriedades rurais numa situação constrangedora e de incerteza sobre o seu futuro. Mas, nós confiamos naqueles que fazem as leis brasileiras e esperamos que essas leis sejam cumpridas, vindo o exemplo da maior corte de Justiça Nacional”, ponderou o líder da Faesc.

"Esperamos que 2024 traga novamente condições de ganho para a nossa atividade"

2023 

Sobre o desempenho do agronegócio em 2023, o presidente reconheceu os desafios enfrentados. "Nós estamos vivendo um ano muito atípico, só no sul do país são vinte e tantos bilhões de prejuízos no agronegócio no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Mas, mesmo assim, nós confiamos que nós tenhamos ainda um saldo favorável, superior a setenta bilhões, que é a expectativa que o agronegócio tem até o final do ano, que já estamos na contagem regressiva. Então, fatores adversos, como as intempéries, fatores climáticos, têm atingido toda a região sul que tem sofrido esse revés de chuvas, além da média, em grande quantidade. E o Norte também sofreu pelo inverso do que nós estamos passando aqui no Sul, com a estiagem que atrasou os plantios. Mas, nós confiamos na tecnologia que hoje é aplicada no agronegócio, principalmente na área da lavoura, e nós contamos para o ano que vem, apesar de todas as adversidades, que nós tenhamos ainda um ano com saldo positivo”, ressaltou Pedrozo.

2024 

Ao projetar 2024, Zeferino Pedrozo demonstrou confiança na resiliência do setor. No entanto, manifestou preocupação em relação às linhas de crédito e ao seguro agrícola, considerado muito necessário ao setor. “Tem dado tanta catástrofe que até as seguradoras certamente estão hoje com dificuldades”, assinalou. Finalizando em tom otimista, o presidente da Faesc acentuou: “Nós estamos numa encruzilhada e esperamos que nós possamos ter, em 2024, um ano com produção, se não farta, mas que traga novamente condições de ganho para a nossa atividade”. Presidente da FAESC, José Zeferino Pedrozo, mantém o otimismo Estamos vivendo um ano muito atípico; só no sul do país são mais de R$ 20 bilhões de prejuízos.


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