
Pré-candidato ao Governo de SC, João Rodrigues defende mais tecnologia e empreendedorismo no ensino fundamental

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João Rodrigues: Hoje, as crianças de 7 a 14 anos em Chapecó estão sendo preparadas para esse mundo digital. (Fotos: Mafalda Press)
Prefeito de Chapecó destaca que no município que comanda as crianças e os adolescentes estão sendo preparados para o mercado de trabalho
A poucos dias do lançamento oficial da pré-candidatura ao Governo de Santa Catarina, nas eleições de 2026, o prefeito João Rodrigues, que está pela quarta vez comandando o Executivo municipal, concedeu entrevista exclusiva à Rede Catarinense de Notícias. Dentre os diversos temas tratados, a Educação ganhou destaque. Confira
RCN: Santa Catarina é um estado com bons indicadores socioeconômicos. Ainda assim, há espaço para avançar na Educação?
João Rodrigues: Os bons números de Santa Catarina não são apenas resultado da atuação do governo, mas sim do histórico do estado. Santa Catarina nunca teve um governo péssimo — apenas governos medianos ou um pouco melhores. Felizmente, nunca enfrentamos uma gestão trágica. No entanto, o que faz deste estado um dos melhores do Brasil não é apenas a ação governamental, mas sim a cultura das pessoas, as oportunidades de trabalho e a qualidade de vida que ele oferece. Santa Catarina é um estado bem organizado, quase como um país dentro do Brasil.
Em relação à Educação, a responsabilidade do município, o dever do Estado, e suas principais obrigações, não é o terceiro grau, não é o ensino universitário, É o ensino fundamental, que é a base de tudo. Então, o foco da gestão em Chapecó foi reestruturar toda a rede pública e investir no conteúdo, com destaque para a tecnologia.
Hoje, nossas crianças do terceiro ao nono ano, por exemplo, já utilizam Chromebooks na sala de aula. Elas já começam a aprender com tecnologia desde cedo, substituindo o papel pelo digital. Esse investimento em tecnologia não é só de Chapecó, mas de todo o Brasil. Estamos inserindo o empreendedorismo e a experiência computacional no currículo das crianças. Por isso, Chapecó foi reconhecida pelo Ministério da Educação como a cidade do Sul do Brasil com a melhor avaliação em alfabetização.
Estamos inserindo crianças e adolescentes no mundo da tecnologia e, ao mesmo tempo, começando a prepará-los para o mercado de trabalho. O investimento pesado na primeira infância é crucial, pois é ali que formamos as bases para o futuro. Em Chapecó, todas as crianças estão indo para o período integral. Estamos construindo centros de educação infantil modernos, os mais modernos do estado. Esse é o modelo de educação que acredito ser o caminho para o futuro: uma educação que une qualidade, infraestrutura, tecnologia e qualificação profissional, preparando os jovens para os desafios do mercado de trabalho.
RCN: O que faria para melhorar a educação no Estado?
João Rodrigues: O modelo que eu traria para o Estado seria o seguinte: primeiro, garantir infraestrutura adequada nas escolas, com climatização e ambientes modernos, adequados para o aprendizado; segundo, investir pesadamente em tecnologia nas escolas. Além disso, seria crucial qualificar profissionalmente os alunos que já estão em sala de aula. Insisto: é preciso preparar os jovens para os desafios do mercado de trabalho.
RCN: A qualificação profissional se encaixa nesse cenário?
João Rodrigues: Qualificação profissional é um dos grandes desafios de Santa Catarina hoje. Temos um mercado de trabalho com empregos disponíveis, mas falta mão de obra qualificada. Por outro lado, há um excesso de pessoas com diploma universitário e escassez de oportunidades. O que faço em Chapecó é investir no desenvolvimento de jovens, preparando-os para o mercado de tecnologia, um setor que paga bem e oferece muitas oportunidades.

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Chapecó foi reconhecida pelo Ministério da Educação como a cidade do Sul do Brasil com a melhor avaliação em alfabetização (Fotos: Mafalda Press)
RCN: O senhor é um declarado defensor das Escolas cívico-militares. Acredita que esse modelo poderia ser expandido em Santa Catarina?
João Rodrigues: Eu sou um grande defensor desse modelo, e já temos resultados positivos com a implementação da primeira escola cívico-militar em Chapecó. Inicialmente, houve resistência, principalmente de algumas pessoas no meio educacional, como professores mais ideológicos, que não acreditam na presença da polícia nas escolas. No entanto, eles esquecem que, quando há um problema, é para a polícia que eles ligam. A ideia foi muito clara: os professores que desejam atuar nessa unidade precisam gostar do trabalho em conjunto com a polícia. Caso contrário, eles não podem atuar na escola. E todos os professores que se propuseram a trabalhar na escola cívico-militar aceitaram esse princípio. Hoje, a escola tem um coronel como diretor e a colaboração de militares na administração. A experiência tem sido fantástica.
RCN: E qual a impressão de pais e professores?
João Rodrigues: As primeiras impressões dos pais e professores são extremamente positivas. Os pais estão mais tranquilos, os professores se sentem mais seguros e as crianças estão mais disciplinadas. O modelo cívico-militar impõe uma estrutura de disciplina e organização, o que ajuda a combater a falta de respeito que vemos em algumas escolas, além de evitar situações de violência, como invasões ou até ataques, que infelizmente têm acontecido em várias partes do Brasil.
Portanto, acredito que esse modelo é uma solução para melhorar a segurança dentro das escolas e, ao mesmo tempo, elevar a qualidade do ensino. Em Chapecó, já estamos planejando abrir a segunda escola cívico-militar até o meio do ano e, se possível, a terceira ainda neste ano. Esse é o caminho que quero seguir para a rede estadual de ensino, pois ele traz mais segurança e resultados educacionais positivos.
RCN: E como tem sido o resultado do ponto de vista educacional nas escolas cívico-militares?
João Rodrigues: O resultado educacional tem sido muito bom. A criança está mais focada, mais atenta, e a disciplina faz toda a diferença. Quando o professor tem autoridade e os alunos respeitam essa autoridade, o aprendizado flui de maneira mais eficaz. Na escola sem disciplina, os professores muitas vezes se sentem sozinhos, lidando com classes de 40 ou até 50 alunos, e muitos desses alunos já chegam com problemas de comportamento, com influência de grupos não recomendados. Isso dificulta o trabalho.
Quando se cria uma estrutura organizada e disciplinada, o ambiente escolar se torna mais atraente para os alunos. Eles passam a gostar mais da escola, pois percebem que há limites e respeito. As matrículas nas escolas cívico-militares em Chapecó, por exemplo, sempre superam as vagas disponíveis. As famílias querem mais disciplina, mais organização, mais respeito, e isso é o que conseguimos oferecer com esse modelo.
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