Plano de engenharia foi montado para limpeza do trecho de 8,2 km

A população de Rio do Sul tem convivido com uma rotina diferente, especialmente, nas proximidades do Rio Itajaí-Açu. O entra e sai de máquinas e equipamentos é constante, nas imediações da secretaria de Obras da cidade, desde o mês de maio. O movimento faz parte dos trabalhos de melhoria fluvial determinados pelo governador Jorginho Mello para diminuir o risco de enchentes e desastres no Alto Vale.

A oficina mecânica do Humberto Schumacher está instalada há 22 anos na beira do rio. Ele já encarou tragédias e prejuízos, viu anos de trabalho sendo levados pela água, mas agora crê em dias mais leves. “Se a água, quando tiver enchente, subir um pouco menos já ajuda quem tem comércio na cidade. Não fica tão aflito quando começa a chover como agora, o rio está subindo muito rápido. Eu já peguei a enchente de 2011, a do ano passado, fora as outras vezes que tive que recolher as coisas, retirar os carros, equipamentos. É sempre angustiante você ter que correr por causa de enchente”, afirma Humberto.


Para realizar a ação foi montada uma estratégia de engenharia para limpeza, desassoreamento e dragagem de 8,2 km, no primeiro momento. A partir de um porto para acesso dos equipamentos, o rio recebeu quatro conjuntos formados por uma balsa, uma escavadeira hidráulica, um rebocador e um container para receber o material. Em outra frente, em terra, é feita a limpeza de áreas de bota-fora e bota-espera que recebem o que foi retirado do fundo das águas.

“A gente vai dragar, vai limpar, vai fazer desassoreamento em todo o estado de Santa Catarina. Começamos pelo Alto Vale pela dificuldade que as pessoas têm aqui, pelo sofrimento passado. A gente não esquece, as pessoas choram, perdem tudo, vem enchente de novo e mais enchente e ninguém faz nada. Então nós estamos fazendo esse trabalho que além de evitar morte, evitar tragédia, vai ajudar a economia de Santa Catarina”, pontuou o governador Jorginho Mello ao vistoriar os trabalhos na última quinta-feira.

Os responsáveis pelo trabalho garantiram que vão fazer batimetrias, a medição da profundidade do rio, antes e depois do serviço realizado para comprovar a melhoria. Nessa primeira etapa, o Governo do Estado investiu R$ 16,2 milhões na execução da limpeza. O perímetro escolhido foi dividido em três: 0,70 km do trecho do rio Itajaí do Sul, 3 km do rio Itajaí do Oeste e 4,5 km no rio Itajaí-Açu.


“A expectativa que a gente tem é muito boa. Hoje a gente tem um número de máquinas tanto dentro, no leito, quanto nas margens. A nossa expectativa é que o trabalho ocorra dentro do prazo, de maneira tranquila, é claro que existe a condicionante e o risco do tempo. Mas hoje todo o trabalho que vem sendo feito e executado pela empresa está dentro do cronograma e a nossa expectativa é que finalize sem maiores percalços”, disse o secretário de Estado da Proteção e Defesa Civil, Fabiano de Souza.