
ACORS critica declaração do ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandoswiski

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A ACORS destaca que as polícias de Santa Catarina têm se destacado nacionalmente por sua eficiência, organização e comprometimento (Fotos: Secom SC)
A Associação considera que a afirmação do ministro - "a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar" - desrespeita o trabalho árduo, dedicado e muitas vezes heroico desempenhado pelas forças policiais de todo o país
Por meio de nota oficial, a Associação de Oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (ACORS) manifestou seu mais veemente repúdio às declarações do Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, proferidas no dia 19 de março de 2025, durante evento em Brasília.
Confira:
"Ao afirmar que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, o Senhor Ministro não apenas
desrespeita o trabalho árduo, dedicado e muitas vezes heroico desempenhado pelas forças policiais de todo o país, mas também lança sobre elas uma sombra de descrédito que não condiz com a realidade enfrentada diariamente por esses profissionais em prol da segurança da sociedade brasileira.
Os profissionais da Segurança Pública de Santa Catarina, assim como em todo o território nacional, são compostas por homens e mulheres que dedicam suas vidas à proteção do cidadão, enfrentando adversidades que vão muito além do imaginável. São profissionais que, com coragem, determinação e um senso inabalável de dever, colocam-se na linha de frente contra a criminalidade, arriscando a própria integridade física e emocional para garantir que as ruas sejam mais seguras, que as famílias possam viver em paz e que a ordem pública seja mantida.
Falar que “a polícia prende mal” é ignorar o esforço incansável desses agentes, que operam frequentemente em condições precárias, com recursos limitados e sob uma pressão constante para cumprir seu papel constitucional.
A ACORS destaca que as polícias de Santa Catarina têm se destacado nacionalmente por sua eficiência, organização e comprometimento. São inúmeros os casos em que operações bem-sucedidas resultaram na prisão de criminosos perigosos, no desmantelamento de quadrilhas organizadas e na apreensão de grandes quantidades de drogas e armas que ameaçavam a tranquilidade da população.
Esses resultados não são fruto de um trabalho “mal feito”, mas sim de uma atuação pautada por técnica, planejamento e, acima de tudo, dedicação à causa pública. Cada prisão realizada é precedida de trabalho
minucioso, abordagens estratégicas e um esforço conjunto que envolve desde o policial na rua até os oficiais que coordenam as ações, sempre com o objetivo de apresentar ao sistema de justiça elementos robustos para a manutenção da ordem e da segurança.
É inaceitável que o Senhor Ministro da Justiça, ocupante de um cargo que deveria ser o principal defensor das forças de segurança pública, opte por generalizar e desqualificar o trabalho policial, transferindo a responsabilidade por eventuais falhas no sistema de justiça exclusivamente para aqueles que estão na ponta, enfrentando o crime organizado e a violência urbana com as ferramentas que possuem.
A soltura de criminosos não pode ser atribuída apenas à suposta qualidade das prisões realizadas pelas polícias. Trata-se de uma questão complexa que envolve todo o sistema de justiça criminal, incluindo a legislação muitas vezes leniente, a interpretação judicial e a falta de estrutura para a manutenção de presos, fatores que fogem completamente ao controle das instituições policiais."
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