Celebrar a longevidade, sem esquecer o impacto
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Empresária Irene Hahn é a autora do artigo (Fotos: Gladstone Campos)
Por Irene Hahn
No Dia Nacional do Idoso e Dia Internacional das Pessoas Idosas, em 1º de outubro, temos muitas razões para celebrar – e uma delas são os ganhos de longevidade. Em pouco mais de duas décadas, entre 2000 e 2023, a expectativa de vida ao nascer dos brasileiros passou de 69,8 anos para 76,4 anos, nos cálculos do IBGE, mesmo com o enfrentamento de uma pandemia no período. Enquanto a França precisou de 145 anos para dobrar sua população de idosos, a duplicação nessa faixa etária no Brasil deve ocorrer em apenas 25 anos, velocidade próxima à de Japão e China. O salto brasileiro merece aplausos, mas exige providências rápidas, particularmente na área de saúde.
Trabalhadores brasileiros têm hoje, em média, 40 anos. Em uma década e meia, o número de colaboradores com mais de 50 anos nas empresas dobrou. A Previdência Social reagiu, elevando idade mínima e tempo de contribuição para aposentadoria. Tudo isso tem impacto para as empresas, principalmente entre aquelas que bancam planos de saúde para colaboradores. Quanto mais idade, maior a propensão a doenças crônicas não transmissíveis, responsáveis, hoje, por 75% das mortes no Brasil, conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Grande parte das doenças crônicas não transmissíveis pode ser evitada, com ações coordenadas de saúde e um ambiente de trabalho voltado para o bem-estar. No caso de saúde ocupacional, as empresas terão grandes desafios em relação à legislação, que vem se aperfeiçoando nos últimos anos por meio do eSocial. Quando o assunto é benefício saúde, o desafio é o equilíbrio entre o reajuste solicitado pelo plano de saúde comparado com o que o empresário dá conta de pagar. De tempos para cá, a conta já não está fechando e a situação tende a se agravar. Legalmente, a última faixa de preço dos planos de saúde por idade pode custar até seis vezes mais que a primeira.
O cenário exige a visão do cuidado das pessoas de uma forma integrada, unindo a necessidade do empresário, seja para atender à legislação em saúde ou para manter seu quadro de colaboradores satisfeitos, com a necessidade real de saúde das pessoas. Que ao final do dia, é estar sempre bem, física e mentalmente.
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