Estudo publicado pela Federação das Indústrias do Estado de SC (Fiesc) apontou que Santa Catarina está fora do contexto logístico nacional. A pesquisa levou em consideração as condições de portos, aeroportos, hidrovias, e ferrovias na integração de regiões produtoras do Estado com regiões consumidoras e exportadoras. Na prática, a conclusão é de que a infraestrutura não é compatível com o nível avançado da economia catarinense. 

Uma das principais críticas do documento foi a prioridade dada pelo governo federal a corredores logísticos vinculados às commodities. "Não temos nada contra o Brasil se tornar um grande fornecedor de produtos agrícolas, mas nós temos que considerar a carga industrial, que tem maior valor agregado, e dá qualidade e competitividade às exportações", disse o organizador do estudo, Egídio Antônio Martorano. 

Outro fator apontado por ele é a falta de ferrovias para ligação aos portos. No mundo todo, diz, os principais portos têm ligação ferroviária. No Estado, dos cinco maiores terminais, apenas um (São Francisco do Sul) é abastecido por trens. Ainda assim, a estrutura portuária é reconhecida nacionalmente. 

Essas e outras demandas resultaram em uma proposta de integração logística intermodal que foi apresentada na Alesc na última semana para servir como subsídio técnico para os deputados pleitearem investimentos. 

"Estamos propondo que tenhamos um portfólio de obras dando importância para as nossas potencialidades, nossa indústria", disse Martorano. Segundo ele, para as obras saírem do papel é necessário apostar em parcerias com a iniciativa privada. "O problema fiscal do Brasil é grave. Se não tivermos a participação privada em investimentos de infraestrutura, não teremos um futuro próspero".