A Federação das Indústrias (FIESC) realizou nesta segunda-feira (2), reunião de mobilização para trazer para Santa Catarina o novo terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras

A Federação das Indústrias (FIESC) realizou nesta segunda-feira (2), reunião de mobilização para trazer para Santa Catarina o novo terminal de gás natural liquefeito (GNL) da Petrobras, previsto para ser instalado na região Sul. Além do presidente do Sistema FIESC, Alcantaro Corrêa, e do governador Luiz Henrique da Silveira, participaram do encontro a diretoria da SCGás, representantes de algumas das principais indústrias consumidoras de gás natural do estado, parlamentares e outras autoridades catarinenses.

O objetivo do terminal é aumentar a segurança do fornecimento de gás no Sul, por meio da chegada do combustível de navio, na forma líquida, e posterior regaseificação. ?É um assunto estratégico para toda a sociedade catarinense. Além de ser insumo fundamental para a indústria, o gás natural ganha importância também no segmento veicular e residencial?, disse Corrêa. Depois de citar diversos novos investimentos privados previstos para Santa Catarina e ressaltar a importância da segurança energética para garantir esses aportes, Luiz Henrique propôs a realização de uma reunião com a ministra Dilma Roussef e com o presidente Lula para tratar do terminal.

O deputado José Carlos Vieira, coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, propôs encontro da bancada do estado em Brasília. ?A decisão está por ser tomada e temos que fazer uma reunião urgente da bancada para encaminhar as solicitações de audiência, que precisam incluir também o presidente da Petrobras?, afirmou. O senador Neuto de Conto também se comprometeu com o projeto.

Durante o evento, a SCGás apresentou uma série de argumentos técnicos para a escolha do estado para a planta. A posição da distribuidora está em linha com a apresentada na FIESC, no dia 11 de abril, pelo secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Ele afirmou que Santa Catarina tem as melhores condições técnicas para receber o terminal, mas lembrou que há uma disputa política para definir a localização da planta.

A SCGás informou nesta segunda-feira que o terminal viabilizaria a construção de termelétrica com potência de 400 megawatts (MW) no Norte de Santa Catarina, com consumo de 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia, dando maior segurança energética para a região. Também mostrou que o projeto pode ser expandido, ligando, por meio de gasoduto submarino, a atual estrutura de distribuição com as plataformas de petróleo da Petrobras − que também produzem gás−, a 150 quilômetros da costa catarinense.

Em março de 2007, em outro evento na FIESC, a Petrobras informou que estudava a construção de um terminal flexível de gás natural liquefeito (GNL) na Região Sul, e que a melhor opção de local segundo os estudos feitos até aquele momento era a cidade de São Francisco do Sul. O então diretor de gás e energia da estatal, Ildo Sauer, afirmou que o GNL daria mais segurança ao abastecimento de gás na Região Sul, além de servir como eventual alternativa para abastecimento de São Paulo. Na prática, a instalação do terminal permite a importação de gás natural de qualquer parte do mundo, pois o combustível chega de navio. O terminal de GNL responde a uma das principais preocupações dos empresários que usam gás natural na região Sul: a dependência total do combustível vindo da Bolívia.  

Na reunião realizada no ano passado a Petrobras apresentou duas opções para instalação do terminal. Uma seria a construção de um píer com dois berços para atracação de um navio supridor de GNL e de um navio cisterna. Seria necessário também um gasoduto terrestre de 40 quilômetros para ligação com a tubulação já existente. No total, o projeto estava estimado em cerca de US$ 125 milhões. A outra opção seria o uso de uma bóia tipo STL (Submerged Turret Loading) a 35 quilômetros de São Francisco do Sul, com gasoduto submarino, a um investimento estimado em US$ 223 milhões.

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