Prefeitura de Florianópolis estuda ações contra empresas de ônibus
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A prefeitura ainda não calculou os prejuízos causados pelos atentados. (Fotos: Débora Klempous)
As empresas de transporte coletivo podem ser multadas por não oferecerem o serviço aos passageiros
Com o sistema de ônibus encerrando as linhas cada dia mais cedo, o prefeito de Florianópolis estuda uma maneira de punir as empresas de transporte coletivo por não oferecerem alternativas aos mais de 176 mil passageiros que todos os dias passam pelos terminais de integração. Em Florianópolis, todas as empresas de transporte fazem parte de um contrato de concessão com a prefeitura. Apesar de considerar essa punição urgente, o prefeito da Capital, Cesar Souza Júnior, ainda não sabe de que forma as multas serão aplicadas. Até a tarde de ontem, nenhuma medida foi tomada pela prefeitura.
“Nós fomos voto vencido com o sindicato dos trabalhadores. Não podemos obriga-los a trabalhar, por isso estamos estudando as ações que podem ser feitas com relação às empresas”, esclareceu o prefeito. Segundo ele, todos os esforços que cabem à prefeitura são feitos, entre eles, o aluguel de 40 carros para realizar escolta de ônibus e liberação de 96 Guardas Municipais para auxiliar na segurança dos coletivos. “A prefeitura está no seu limite. Realizamos todos os esforços possíveis, mas lamentamos o fato de pouca coisa ter se resolvido até o momento”, disse. Até ontem, a prefeitura gastou R$ 21.800 com os alugueis das viaturas improvisadas, além do valor investido em combustível para os 40 carros, que ainda não foi divulgado.
A prefeitura ainda não calculou os prejuízos causados pelos atentados. Segundo o Setuf (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano da Capital), houve uma redução de 15% a 20% no fluxo dos passageiros dentro dos terminais. “Vamos começar essa contabilização, mas é lógico que todos foram prejudicados e o prejuízo para a nossa economia é enorme”, sinalizou.
Aulas mantidas
Mesmo com a falta de linhas e horários de ônibus, o prefeito de Florianópolis, Cesar Souza Júnior não pretende alterar o calendário escolar da rede municipal. Todas as escolas iniciarão as atividades na manhã da próxima segunda-feira (18). “Não vamos adiar o começo das aulas”, afirmou o prefeito que pode colocar à disposição dos professores vans para leva-los ao trabalho. Os alunos que dependem de transporte coletivo para chegar às escolas não terão outra opção de transporte coletivo. “Não temos como dar conta de levar uma quantidade tão grande de alunos”, justificou o prefeito.
Sobre o anúncio de duas possíveis greves, a dos servidores da Comcap (Companhia Melhoramentos da Capital) e a dos trabalhadores do transporte coletivo, o prefeito considera que as duas situações são “lamentáveis”. “Se elas acontecerem teremos que verificar os mecanismos legais para assegurar a normalidade do sistema”, destacou o prefeito, que não concordou com a paralisação relâmpago feita pelos servidores na Comcap durante todo o dia de ontem.
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