Poder público e sociedade civil se aliam para debater a sustentabilidade socioambiental

O Governo do Estado está promovendo, pela primeira vez, uma Conferência de Saúde Ambiental, com expressiva participação dos setores ligados à saúde, meio ambiente, infraestrutura, saneamento, educação e trabalho. A abertura oficial do evento será nesta terça-feira, 13 de outubro, às 19 horas, no Centro Multiuso de São José, com a participação de 600 "delegados", que representam todos os municípios catarinenses, de 60 observadores e de autoridades na área.

 

"Esta Conferência, além do caráter pioneiro, se difere por promover a intersetorialidade, e sua própria metodologia é um testemunho de que, para garantir a sustentabilidade socioambiental, é preciso trabalhar de forma consensuada, entre as esferas de Governo municipal, estadual e federal, e também de forma integrada, entre o poder público e a sociedade civil", destaca Carmen Zanotto, diretora-geral da Secretaria de Estado da Saúde e presidente da Conferência Estadual, que vai eleger os 40 representantes de
Santa Catarina na etapa nacional, a ser realizada em Brasília, em dezembro.

 

Um exemplo da necessidade desse tipo de discussão é a estimativa da Organização Mundial da Saúde, que aponta que 18% das doenças no Brasil estão relacionadas a problemas ambientais que podem ser evitados, como a falta de saneamento básico, poluição do ar e trânsito caótico. "A Saúde da população está intrinsecamente ligada à saúde do ambiente, pois a doença é um indicador de que algum limite foi ultrapassado. Este princípio se aplica a doenças pessoais, coletivas ou da própria natureza", avalia o professor Daniel José da Silva, do Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina, um dos palestrantes do evento que está sendo organizado, de forma conjunta, pelas Secretarias de Estado da Saúde, do Planejamento, e do Desenvolvimento Econômico Sustentável.

 

A Conferência será realizada nos dias 13 e 14 de outubro, das 8 às 18 horas, e inclui Conferências integradoras, debates, formação de grupos de trabalho, apresentação e defesa das diretrizes e ações estratégicas, e eleição dos delegados de Santa Catarina na Conferência Nacional. "Na eleição dos delegados municipais, os encontros reuniram membros da classe trabalhadora, ONGs, comunidades quilombolas, movimentos sociais, academia e poder público, o que prova o apelo de um debate como este. E era exatamente essa a intenção, que a Conferência mobilizasse os cidadãos, motivando-os para combater as injustiças e iniqüidades", reforça Carmen Zanotto.

 

Ao longo da Conferência, serão debatidas questões como o esgotamento dos recursos naturais, os processos acelerados de desertificação; a intensificação de eventos climáticos extremos; a crise urbana relacionada à carência de serviços de saneamento básico, habitação, transporte e segurança pública; desastres tecnológicos; poluição química de ambientes urbanos e rurais; e como todas estas mudanças influenciam no aparecimento de doenças. Como resultado desta iniciativa, espera-se promover uma maior
interação entre os vários setores de governo e sujeitos sociais; reduzir os impactos negativos da dinâmica do desenvolvimento na saúde das populações, em especial aquelas mais vulneráveis; e ainda fomentar um modelo de desenvolvimento econômico territorial na cidade, no campo e na floresta.