Último registro foi na manhã desta quarta em Palhoça, quando jovem ateou fogo contra um carro
Um adolescente de 16 anos foi apreendido em flagrante ao tentar atear fogo em um carro, em Palhoça, na Grande Florianópolis. Segundo a Polícia Militar, o caso aconteceu por volta das 7h40 desta quarta-feira (13), na localidade Baixada, próximo da ponte sobre o Rio Imaruí. A Polícia Militar confirmou a relação deste caso com a onda de atentados em Santa Catarina. Até as 8h desta quarta foram confirmados 97 ataques em 30 municípios do estado, durante a segunda onda de violência que começou dia 30 de janeiro.
Segundo o delegado plantonista de Palhoça, Alessandro Isoppo, o rapaz estava com outras duas pessoas e foi flagrado segurando uma garrafa cheia de combustível e com fogo dentro. As chamas chegaram a queimar parte da lataria do veículo. "Os policiais chegaram em uma viatura descaracterizada e eles só perceberam que era a polícia depois que o carro estacionou. Dois conseguiram fugir e o apreendido disse não estar ateando fogo no veículo", explicou o delegado. Segundo o responsável pelo caso, em depoimento, o jovem afirmou que havia comprado o combustível para abastecer o carro que estava sem gasolina. O jovem apreendido e os outros dois rapazes estariam passeando pela cidade.
Conforme a Polícia Militar, a instituição foi informada da situação por uma testemunha que viu o rapaz comprar o combustível. O jovem foi encaminhado para a Delegacia de Proteção à Criança, Adolescente, Mulher e Idoso e na tarde desta quarta-feira (13) será apresentado ao Ministério Público. O dono do veículo ainda não foi identificado.
De acordo com um relatório da diretoria de inteligência da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), até esta terça-feira (12), foram apreendidos 20 adolescentes suspeitos de estarem relacionados com a onda de ataques no estado. O delegado Alessandro Isoppo explica que, nestes casos, os jovens são apresentados ao Ministério Público, órgão que decide qual medida será tomada com relação à denúncia feita contra o adolescente.
Ainda, segundo o relatório da SSP, entre 30 de janeiro e 12 de fevereiro, 48 adultos foram presos envolvidos com os ataques em Santa Catarina. Outros 13 suspeitos foram conduzidos para a delegacia e liberados por falta de provas.
Entenda o caso
A segunda onda de atentados em Santa Catarina começou na noite de quarta-feira (30), no Vale do Itajaí. Até as 8h desta quarta-feira (13), a Polícia Militar havia confirmado 97 ataques. Veículos foram incendiados e foram disparados tiros e jogados coquetéis molotovs contra prédios públicos. As ocorrências foram registradas em 30 municípios: Navegantes, São José, Florianópolis, Criciúma, Itajaí, Palhoça, Camboriú, São Francisco do Sul, Laguna, Araquari, Gaspar, Joinville, Balneário Camboriú, Jaraguá do Sul, Maracajá, Ilhota, Tubarão, Chapecó, Indaial, Brusque, Blumenau, Garuva, Bom Retiro, São Bento do Sul, Rio do Sul, Porto União, São João Batista, São Miguel do Oeste, Içara e Imbituba.
O policiamento foi reforçado em todas as regiões. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública, a suspeita é que as ordens sejam comandadas por uma facção criminosa e partam de dentro dos presídios. As autoridades investigam a relação dos ataques com denúncias de maus-tratos no Presídio de Joinville e com transferências de detentos no sistema prisional do estado. Em Joinville e Florianópolis, são feitas escalas especiais de escolta para os ônibus do transporte coletivo.
Em novembro de 2012, quando aconteceu a primeira onda de atentados, durante sete dias foram confirmados 58 atentados em 16 municípios catarinenses. Os ataques cessaram depois do anúncio da saída do diretor da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.
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