A morte de um cachorro causou uma grande comoção no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

A morte de um cachorro causou uma grande comoção no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), em Florianópolis. Mascote querido de alunos e servidores, Catatau era famoso por acompanhar todos os eventos envolvendo os estudantes, mas foi encontrado morto, por suspeita de envenenamento, em um dos córregos que passam na área da universidade, na última sexta-feira (24).

Rogeria D’el Rei Martins, que trabalha na área administrativa da UFSC, contou ao G1 que Catatau foi abandonado no campus em 1997, ainda filhote. Alimentado por alunos e funcionários, que contam com a ajuda de uma Ong que tenta impedir o abandono de animais no local, era considerado o cão mais popular da universidade e ganhou o apelido de “UFSCão”.

“Catatau sempre participou de todos os atos dos alunos, de protestos a festas. Ele estava nas formaturas, nos trotes, sempre junto com os estudantes. Na saída dos alunos, ele chegava até a acompanhar os estudantes nos arredores, mas depois voltava. Com esse jeito tão carinhoso, ele conquistou todo mundo”, conta Rogéria.

Uma das últimas proezas protagonizadas por Catatau ocorreu durante a invasão do gabinete da reitoria por alunos. O cão ocupou a cadeira do reitor durante o ato e tinha apoio dos alunos para permanecer no cargo.

O estudante de Design Gráfico Rafael Vilela conta que, em abril, Catatau acompanhou um protesto de alunos contra o aumento do passe de ônibus em Florianópolis. “Éramos uns 40 alunos e saímos em passeata do campus até o centro. Caminhamos por uns 40 minutos embaixo de chuva, e o Catatau foi junto. Ele fez parte da manifestação e depois conseguiu voltar para o campus de carona com alguns alunos que estavam de carro. Tem aluno que já levou o Catatau até para a praia”, disse.

Além de Catatau, há outros cães que vivem no campus, mas nenhum tão popular. Vilela fotografa os animais diariamente e, em breve, pretende fazer uma exposição com as fotos dos animais.

Apesar da suspeita de assassinato, a morte de Catatau não poderá ser investigada. “Não temos câmeras no local onde ele foi encontrado, não teríamos como descobrir quem o jogou no córrego”, disse Rogéria.

Enterro - Catatau foi enterrado ainda na sexta-feira perto do monumento Pira da Resistência, que foi erguido pelos próprios servidores. Para Rogéria, o local vai se tornar um ponto de peregrinação de alunos. “Alguém já deixou um vaso com flores brancas para ele. Era um cachorro muito especial”, disse.