José Eduardo Cardozo diz que mais mandados serão cumpridos e que os presídios federais ?estão abertos? para a megaoperação
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou ontem pela manhã no Comando da PM em Florianópolis as seis medidas de impacto que já estão sendo realizadas na megaoperação de segurança: criação do Grupo de Inteligência integrando órgãos de segurança federais e estaduais; transferências de presos para os presídios de segurança máxima, “em número ilimitado e quantos forem necessários”; utilização da Força Nacional em primeiro lugar para transferir presos e garantir a ordem nos presídios, sob o chefia do coronel Nazareno Marcineiro, comandante da PM de Santa Catarina; cumprimento de 70 mandados de prisão na manhã deste sábado, sendo 45 mandados para presos que estavam articulando os ataques de dentro das prisões e 25 para pessoas que estavam fora, entre elas advogados; Operação Divisa, para fechar o cerco por terra, mar e ar nas divisas de Santa Catarina; e a criação das Frente Nacional de Defensores Públicos, que vai fazer um grande mutirão para apurar as condições de cada preso nos presídios catarinenses e garantir o direito de defesa de cada um deles. Para esta Frente o governador também vai disponibilizar advogados catarinenses.
Saiba os detalhes de cada medida:
CRIAÇÃO DO GRUPO DE INTELIGÊNCIA FEDERAL-ESTADUAL
O ministro disse que estão trabalhando em conjunto a Polícia Militar, a Polícia Civil, a Polícia Rodoviária Estadual e o DEAP de Santa Catarina, a Força Nacional de Segurança, as Forças Armadas (ele agradeceu a FAB pelos 2 aviões Hércules que transportam os integrantes das Força e fazem a transferência de presos para outros estados), a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal e a Receita Federal.
TRANSFERÊNCIA DE PRESOS
Durante a madrugada e a manhã deste sábado, 40 presos das unidades de São José, São Pedro de Alcântara, Florianópolis, Criciúma, Blumenau, Joinville e Itajaí foram levados à Base Aérea e embarcaram nos Hércules da FAB para destinos “que não posso revelar”, disse o ministro.
FORÇA NACIONAL
“Sob o comando do coronel Marcineiro, a quem se apresentou ontem, a Força Nacional vai atuar nos presídios e nas transferências de presos”, disse o ministro, não descartando, porém, a possibilidade dessa atuação ser ostensiva. Permanecerão em Santa Catarina a secretária nacional de Segurança, Regina Miki, e o comandante da Força Nacional, coronel Aragon, até quando for necessário. “O número de integrantes da Força em Santa Catarina não pode ser revelado”, disse o ministro.
PRISÕES: NÚMERO SERÁ MAIOR
“Desde as 6 horas da manhã de hoje foram cumpridos 70 mandados de prisão, sendo 25 de pessoas que estavam em liberdade – entre elas advogados – e outros 45 mandados para presos suspeitos de articular os ataques de dentro dos presídios”, informou José Eduardo Cardozo. Há uma informação de que as prisões podem chegar a 120 nas próximas horas.
OPERAÇÃO DIVISA: TERRA, MAR E AR
“Vamos asfixiar financeiramente a organização criminosa, focando nas armas, nas drogas e outros pontos fundamentais para que continue funcionando. Por isso, faremos um cerco policial nas divisas, via terrestre, aérea e marítima. Já organizamos barreiras e faremos revistas. Pedimos a compreensão da população, mas isso é necessário”, afirmou o ministro.
FRENTE NACIONAL DE DEFENSORES PÚBLICOS
Um grupo de advogados será destacado pelo Governo Federal e Estadual para “analisar a condição de cada preso”. Além de verificar as condições dos processos, “o Estado de Direito será afirmado em Santa Catarina, garantindo a cada preso e suspeito o amplo direito de defesa”, disse Cardozo.
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