Medida preventiva foi motivada por vazamento de óleo no bairro Tapera.

Em reunião na tarde desta segunda-feira (14) na Secretaria Estadual de Agricultura e Pesca, a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc) anunciou que a interdição da área de cultivo de mariscos, ostras e berbigões no Sul de Florianópolis deve durar pelo menos mais 15 dias. Conforme o órgão, foram coletadas novas amostras, que serão enviadas para laboratórios no exterior para análise, e a divulgação dos resultados deve ser em duas semanas. Enquanto isso, está proibido o banho de mar e qualquer tipo de contato com fauna ou flora do ambiente interditado.

O embargo, emitido quinta-feira (10), também veta o comércio de peixes, ostras, mariscos ou qualquer outro fruto do mar extraído ou pescado na região atingida. A interdição compreende uma área de 730 hectares de mar e atinge 35 maricultores.

Nesta segunda, a Cidasc fez uma nova coleta de amostras, que serão enviadas
Representantes das Secretarias Estadual e Municipal de Pesca, Ministério da Pesca e associações e colônias de maricultores também participaram da reunião.

Segundo o presidente da Fatma, Murilo Flores, esta é uma medida preventiva tomada logo após sair o resultado das análises do óleo que vazou em novembro de uma subestação desativada da Celesc, no bairro Tapera. Ele explicou que se trata de uma substância altamente tóxica, banida do país e que pode trazer riscos à saúde humana e ao meio ambiente. “A chance de ter contaminado a fauna é muito pequena, mas, preventivamente, é necessário fazer este embargo. No canal de drenagem, para onde correu o óleo para o mangue, a concentração foi muito grande”, destacou Flores.

O Secretário de Pesca e Maricultura de Florianópolis Paulo Henrique Ferreira, informou que o setor recebeu com tranquilidade o embargo preventivo emitido pela Fundação de Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma). “Nós recebemos o documento sábado e domingo já fizemos uma reunião com o setor. Eles estão bem tranquilos.

Aparentemente, não houve danos. Até agora não vimos peixes mortos ou qualquer indício de contaminação”, disse.

De acordo com a Celesc, ações emergenciais foram adotadas pela empresa para a remoção completa do volume de óleo na subestação. Ainda segundo a entidade, a área continuará sendo monitorada até a recuperação. Em nota, a Celesc também justificou que as amostras que subsidiaram a decisão pelo embargo foram coletadas antes do início das ações emergenciais tomadas pela empresa.