Meteorologistas de Santa Catarina e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe,
Meteorologistas de Santa Catarina e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, o Inpe, chegaram nesta quinta-feira (10) a um consenso. Foram mesmo tornados que provocaram tanta destruição no estado de Santa Catarina.
Entre a noite de segunda-feira (7) e a madrugada de terça (8), fortes ventos e chuva atingiram o estado. Em Guaraciaba, quatro pessoas morreram.
Até agora, nenhuma imagem mostrou os tornados de Santa Catarina, mas as marcas da destruição levaram o Centro de Meteorologia do estado a afirmar que o fenômeno atingiu três cidades no início da semana. Os ventos variaram de 120 a 180 quilômetros por hora.
O tornado é uma tempestade em forma de redemoinho. A força dele é capaz de "sugar" o que está na terra e arremessar para o alto. Já um vendaval não faz movimento de rotação. Ele segue em linha reta.
Para confirmar a passagem dos tornados, os meteorologistas levaram em consideração imagens da cobertura de ferro de um ginásio que ficou retorcida, efeito do movimento circular do vento. Outras pistas também ajudaram na conclusão: “árvores que tiveram o tronco cortado, carros que foram virados com a roda pra cima e relato de pessoas que foram arremessadas a algumas distâncias, ou seja, isso são características de um tornado”, diz o meteorologista Leandro Puchalski.
Baseado nos relatos, o Inpe confirmou que tornados atingiram a região. Para os pesquisadores, o Sul do Brasil é vulnerável a esse tipo de fenômeno por ser uma área onde ocorre o encontro de massas de ar com temperaturas diferentes.
Os meteorologistas fizeram a previsão de uma tempestade severa, com ventos fortes em Santa Catarina, com 72 horas de antecedência. Alertas foram emitidos, mas hoje no país não existe uma tecnologia adequada para prever a formação de tornados.
"Os radares meteorológicos são a ferramenta básica para se fazer essa previsão de tempestade severa. A meteorologia precisa de investimento para fazer frente a esses desastres, aumento de desastres naturais, tempestades e secas que vem ocorrendo", afirma Luiz Augusto Machado, diretor do Cptec/Inpe.
O Ministério da Ciência e Tecnologia informou que tem um grupo de trabalho sobre mudanças climáticas, e que há previsão de ampliar a rede de informações meteorológicas.
Guaraciaba - Traumatizados pela fúria da natureza, os moradores de Guaraciaba, que decretou estado de calamidade pública, tentam reerguer suas vidas. Para todos os lados da área rural do município, escombros de galpões e casas e árvores retorcidas.
Apesar da destruição, as famílias não querem deixar suas propriedades. Em uma das poucas casas que ficaram de pé, amigos acolhem amigos. Em um porão estão vivendo cinco famílias.
A ajuda é bem-vinda, mas a lembrança da tragédia ainda é forte. A maioria das famílias vive da produção de leite e as vacas que restaram são preciosas demais para serem deixadas para trás. A ajuda para a reconstrução vem de voluntários.
Subiu para 68 o número de cidades catarinense em situação de emergência por causa dos temporais
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