Em Santa Catarina, existem 22 cooperativas de eletrificação rural em funcionamento, com 480 mil associados e 90% das residências atendidas localizadas na zona rural.

O governador Luiz Henrique assinou na manhã desta sexta-feira (02) o projeto de lei de que prevê a isenção das cooperativas de eletrificação
rural do pagamento da taxa de uso da faixa de domínio das rodovias estaduais ao Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra). O
governador assinou a mensagem, a ser encaminhada para a Assembléia Legislativa, durante encontro que reuniu cerca de 200 conselheiros de
cooperativas, organizado pela Organização das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo (Sescoop) e realizado na Capital.

 

Sob o argumento de que a cobrança inviabilizaria o modelo das cooperativas de eletrificação, o setor contestava há anos a cobrança da taxa,
instituída em 2006 pela Lei Estadual nº 13.516. O repasse deste custo aos consumidores foi proibido pela Aneel, a agência reguladora do setor
elétrico. De acordo com os dados do segmento, em Santa Catarina existem 22 cooperativas de eletrificação rural em funcionamento, com 480 mil
associados e 90% das residências atendidas localizadas na zona rural.

 

Luiz Henrique compareceu ao evento em companhia do secretário de Estado da Fazenda, Antônio Gavazzoni, e exaltou o papel do cooperativismo na
distribuição de renda. Em seu discurso, o governador evidenciou as qualidades do modelo cooperativista. O governador lembrou o discurso de
uma das lideranças do bloco comunista quando da queda do muro de Berlim: "O comunismo é capaz de distribuir a riqueza mas não tem a capacidade de
produzi-la. Já o capitalismo é capaz de produzir a riqueza, mas é incapaz  de distribuí-la". Luiz Henrique apontou o modelo cooperativista como a
formulação com maior capacidade de produzir riqueza com justiça social e distribuição de renda.

 

"O modelo das cooperativas catarinenses é capaz de competir com as organizações privadas, mas se diferencia porque distribui riquezas aos
seus cooperados", afirmou o governador, destacando que a isenção proposta pelo Executivo "não é apenas um gesto de amizade e reconhecimento, mas um
ato de consciência ideológica. Tenho certeza que a prosperidade do setor cooperativista poderá contribuir para reduzir este verdadeiro apartheid
social existente no Brasil, que tem uma das dez maiores economias do mundo mas nos indicadores sociais está atrás de países menos desenvolvidos da
América Latina e da África".

 

Em seu discurso, além de abordar as questões ambientais e a legislação restritiva ao setor agrícola, Luiz Henrique criticou a concentração de
tributos em Brasília em prejuízo dos estados e municípios, segundo ele os maiores prejudicados com o modelo tributário centralizado na União. O
presidente da Ocesc, Marcos Zordan, agradeceu o empenho do governador em fortalecer o modelo cooparativista em Santa Catarina.

 

Participaram do ato, entre outras autoridades, os deputados federais, Edson Bez de Oliveira, Cláudio Vignatti e Odacir Zonta, além dos deputados
estaduais Moacir Sopelsa e Renato Hinnig.