Empresa Canasvieiras estuda paralisar atividades a partir das 19h30.

Empresas de transporte coletivo de Florianópolis aguardam posicionamento da Polícia Militar para definir se manterão as linhas na noite desta sexta-feira (1) ou paralisarão as atividades. A gerente de informações da Canasvieiras, Elise Gaussmann, garantiu que se não houver policiamento efetivo em todos os ônibus, eles deixarão de funcionar a partir das 19h30 desta sexta.

A decisão deve ser divulgada às 16h, após uma reunião no comando-geral da PM. Segundo a empresa, a medida tem como objetivo garantir a segurança dos trabalhadores. Entre a noite de quinta-feira (31) e a madrugada de sexta quatro ônibus e uma base do Polícia Militar foram incendiados, na Grande Florianópolis. Dois veículos eram da Canasvieiras.

"Se não houver um acompanhamento dentro de todos os ônibus, nós vamos parar. Não adianta fazer comboio com quatro, cinco carros. Em determinado momento, as linhas se separam e os veículos seguem sozinhos", explicou Elise. Segundo a gerente de informações, a decisão foi tomada na manhã desta sexta. Na madrugada, dois ônibus da empresa foram incendiados em ataques. No mês de novembro, quando começou a primeira onda, três veículos foram totalmente destruídos pelo fogo.

A empresa Estrela, que atende a região do Continente, se posiciona de forma parecida. "Se não houver escolta à noite, nós vamos recolher os carros", afirmou o gerente de tráfego Vilmar Isaías Zandonai.

O presidente do Setuf, Waldir Gomes da Silva, reconhece que esta é uma decisão que cada empresa deve tomar, levando em consideração a segurança dos trabalhadores e da frota. "Esta é uma decisão muito forte do trabalhador também. Ele se sentindo inseguro, não consegue trabalhar e pode agravar a situação", destacou.

O major da PM, João Carlos Neves, informa que as definições de como será feita a segurança dos ônibus será definida em reunião nesta sexta. Ele acredita que serão semelhantes às adotadas em novembro de 2012, quando aconteceram os primeiros ataques. "Nós ativamos nossa sala de situação. Devemos fazer escoltas e colocar policiais à paisana nas linhas em que exigem maior cuidado, mas estas questões serão definidas ainda nesta manhã [sexta]", observou o major.

Entenda o caso
A segunda onda de atentados em Santa Catarina começou entre a noite de quarta (30) e a madrugada de quinta (31), três ônibus e uma viatura da Coordenadoria de Trânsito de Florianópolis (Codetran) foram incendiados no Vale do Itajaí. Os ataques aconteceram em Gaspar, Balneário Camboriú e Itajaí.

Na noite de quinta e madrugada de sexta (1), os atentados voltaram a acontecer. Foi ateado fogo em três ônibus e uma base da PM, em Florianópolis, e em um ônibus, em Palhoça. Além disso, um artefato explosivo foi jogado contra a delegacia de Camboriú, além da tentativa de incêndio em um carro em Itajaí. Por causa da insegurança gerada, motoristas de ônibus suspenderam os trabalhos durante toda a madrugada, na capital.

A PM também confirma outros dois atentados em Florianópolis. Por volta da 5h desta sexta (1), uma lixeira foi incendiada no bairro Capoeiras. Cerca de uma hora depois, também foi ateado fogo em uma pilha de pneus e roupas embaixo de um viaduto do bairro Chico Mendes.