Panoroma atual e perspectivas do setor estão em debate no 8º Simpósio de Avicultura que a Associação Catarinense de Avicultura (AVAC) e a Embrapa promovem em Balneário Camboriú, nesta semana
O Brasil, que já é o maior exportador, será a maior avicultura do planeta, apesar do crescente protecionismo dos grandes mercados mundiais e, nesse cenário, Santa Catarina continuará em destaque como grande produtor e exportador de aves. Essa visão é compartilhada pelas duas maiores lideranças do setor, os presidentes da Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frango (ABEF), Francisco Sérgio Turra e da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes, e foi manifestada no 8º Simpósio de Avicultura que a Associação Catarinense de Avicultura (AVAC) e a Embrapa promovem em Balneário Camboriú, nesta semana. Mais de 480 técnicos e empresários participam do evento.
Turra mostrou que o Brasil é o maior exportador e responde por 41% do mercado mundial de frango, fornecendo carne de aves para mais de 160 países. Novos mercados são incorporados a cada ano, como Congo e Paquistão, que não querem apenas comprar o frango brasileiro, mas querem que empresários brasileiros instalem indústrias de processamento de frango em seus territórios.
O dirigente da ABEF assinalou que nos próximos dez anos, o consumo de alimento cárneo que mais aumentará no mundo será de carne de frango: 24%. Logo em seguida estão as carnes de suíno (22%), de ovinos (20%) e de bovinos (18%). O incremento da demanda mundial de alimentos é assustador: em 50 anos a população mundial dobrará e, portanto, exigirá crescimento em 100% na oferta de alimentos. De acordo com Turra, 70% desse incremento sairá de tecnologias que aumentam a produtividade.
Francisco Turra destacou que, além das vantagens nutricionais da carne de aves, a produção de frango apresenta o menor impacto relativo da produção avícola no meio ambiente, em comparação à produção de bovinos e de suínos – especialmente nos critérios de consumo de energia e de impacto no aquecimento global.
PLANEJAMENTO
Uma operação para salvar a avicultura em 2010 foi colocada em marcha pelo presidente da União Brasileira de Avicultura (UBA), Ariel Mendes. Ações e diretrizes estão sendo articuladas pela entidade para evitar erros clássicos do setor, como o excesso de produção que perturba o mercado, faz os preços despencarem, derruba a lucratividade dos agentes econômicos e leva à falência produtores e indústrias.
A UBA orienta para um quadro de equilíbrio no qual a produção nacional ficaria em terno de 900 mil toneladas por ano, das quais 600 mil toneladas seriam consumidas no mercado doméstico e 300 mil exportadas. Mendes lembra que o consumo nacional atingiu 39 kg por pessoa ao ano, aproximando-se de seu limite – o brasileiro também consome 37 kg de carne bovina e 14 kg de carne suína por ano. “Daqui para a frente, o crescimento da renda familiar levará as famílias ao consumo de outros itens”, prevê.
A avicultura industrial brasileira teve um ano difícil e está operando no limite da viabilidade comercial nos mercados interno e mundial. A situação cambial, com real sobrevalorizado, deprimiu os resultados financeiros nas vendas externas e, o preço da carne bovina em baixa, manteve também em baixa os preços da carne de frango.
O coordenador geral do 8º Simpósio Técnico de Incubação, Matrizes de Corte e Nutrição, Bento Zanoni, observou que o governo e a sociedade brasileira precisam conhecer e apoiar o agronegócio que representa 25% (642 bilhões de reais) do PIB nacional (2,5 trilhões de reais), sustentando 37% dos empregos e 36% das exportações.
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