Eventos climáticos não alteram classificação de risco positiva do BRDE em escala global
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A agência Moody's Investors Service manteve a classificação de risco do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) em Ba2 estável, destacando o forte desempenho do banco diante de desafios climáticos recentes (Fotos: Maurício Tonetto / Secom-RS)
Ao revisar a classificação de risco em escala global do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), a Moody ‘s Investors Service manteve a pontuação do banco em Ba2 estável. Na avaliação que dirigiu ao mercado na última semana, a agência destaca que o banco seguiu com seus “ativos sob controle, apesar dos recentes eventos climáticos desafiadores que afetaram o Rio Grande do Sul” e projetou que a atividade econômica terá aumento gradual ao longo do segundo semestre de 2024.
Entre as maiores agências de rating do mercado, a Moody´s ressaltou que a classificação reflete o papel do banco na promoção do desenvolvimento no Brasil e nos estados do Sul, “apoiados por práticas disciplinadas de gestão de risco que mantiveram baixos índices de empréstimos problemáticos em todos os ciclos de crédito”. Neste quesito, conforme o documento, o banco apresentava somente 1,2% de operações com algum risco considerando o volume bruto de empréstimos realizados até junho, bem abaixo da média do setor bancário, que chegou a 3,8% no mesmo período.
Para o diretor-presidente do BRDE, Ranolfo Vieira Júnior, considerando todas as circunstâncias enfrentadas nos últimos meses, a avaliação de rating emitida pela Moody´s reforça a credibilidade junto aos parceiros operacionais. “Isso poderá reduzir os custos de novas captações e, da mesma forma, levar crédito cada vez mais acessível aos nossos clientes. Esse é o nosso desafio, transformar o crédito em desenvolvimento efetivo lá na ponta”, frisou Ranolfo.
“Nesse cenário de crise climática, com adventos pontuais no Sul, como as chuvas no Rio Grande do Sul, incêndios e estiagem, que afeta toda a cadeia do agronegócio, atividade que representa 50% da produção nacional, o BRDE consegue fidelizar seu crédito e ser uma instituição de confiança para a captação de novos recursos e seus repasses, realizados com critério, mesmo diante de situações adversas”, analisou o vice-presidente e diretor de Operações, Renê Garcia Júnior sobre a avaliação da Moody’s.
Para o diretor financeiro do BRDE, João Paulo Kleinübing, “a resiliência do BRDE em face de adversidades climáticas destaca seu compromisso com o desenvolvimento sustentável, demonstrando que uma gestão de risco eficiente é a chave para a estabilidade financeira. Em um cenário onde eventos climáticos extremos são cada vez mais frequentes, a habilidade do BRDE de manter uma classificação de risco positiva evidencia não apenas sua solidez financeira, mas também sua capacidade de apoiar projetos que promovem a sustentabilidade e a inovação nas regiões que atende.”
Garantia nas operações
Ao manter a pontuação já emitida em dezembro do ano passado, a agência avaliou como algo positivo as parcerias com o BNDES e outras agências multilaterais. Na última pontuação, a Moody ‘s já destacava o esforço do BRDE em diversificar seus fundings através de operações junto aos principais bancos mundiais de fomento. “Numa leitura técnica, significa que podemos contar com fontes mais estáveis em momentos de restrição de crédito no mercado. Mas na prática, aproxima ainda mais nossa instituição de uma agenda global pela sustentabilidade e da inovação”, observa o diretor de Planejamento, Leonardo Busatto.
O diretor administrativo, Heraldo Neves, considera que “as práticas de gestão de risco responsáveis e monitoradas do BRDE, permitem gerenciar de forma estratégica esse baixo índice de risco operacional em seus contratos, e se manter consistente em sua natureza de banco de desenvolvimento, ao financiar projetos sustentáveis, econômicos e sociais, bem como prever as garantias de suas operações”.
Renegociações
A agência apurou, também, que o volume de empréstimos renegociados nos doze meses anteriores representava 2,0% da carteira em junho de 2024, se mantendo relativamente estável em comparação com o ano anterior. Diante dos últimos eventos climáticos registrados também em Santa Catarina no ano passado, o banco adotou medidas de apoio às empresas, incluindo carência de até um ano nos pagamentos (standstill). A Moody´s espera um aumento nas renegociações de contratos para os próximos trimestres ainda por conta da enchente de maio no RS, mas não identifica riscos aos resultados do BRDE por conta “da recuperação econômica constante e pelo elevado nível de reservas do banco”.
O diretor de Acompanhamento e Recuperação de Créditos, Mauro Mariani, ressalta que as práticas financeiras sólidas do BRDE garantem não apenas a proteção de seus ativos, mas também a continuidade do apoio ao crescimento regional e à inovação. “Com parcerias estratégicas, como as com o BNDES e agências multilaterais, o banco amplia suas fontes de financiamento, assegurando recursos estáveis que podem ser direcionados para iniciativas que geram emprego e desenvolvimento social, mesmo em momentos de restrição de crédito,” reforçou o diretor.
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