À RCN, Carmen aponta as inúmeras conquistas nesses meses à frente da Saúde de Santa Catarina

Natural de Lages, no Planalto Serrano, a enfermeira Carmen Zanotto tem larga experiência na área da Saúde, como diretora de Enfermagem e Diretora Administrativa de hospitais em Lages. Foi Secretária de Saúde do Município e comanda, pela segunda vez, a Secretaria Estadual da Saúde de Santa Catarina. Iniciou sua carreira política como vereadora, em Lages (2001-2004), pelo PDT, e foi alçada à Câmara Federal em 2011, pelo Cidadania, sendo reeleita para o mandato 2019-2023 e 2023-2027. Licenciou-se do cargo para, segundo ela, “mudar o cenário da Saúde estadual”.

Carmen Zanotto recebeu a equipe de jornalistas da Rede Catarinense se Notícias (Adjori/SC) na sede da Secretaria, em Florianópolis.  Acompanhe os principais momentos.

Como foram os primeiros 9 meses à frente da Secretaria de Saúde de Santa Catarina?

Carmen Zanotto: Período de muito trabalho e muitas conquistas. Ampliamos serviços de saúde oferecidos e uma grande demanda são as cirurgias ortopédicas; havia 18 serviços credenciados pelo Ministério da Saúde e abrimos mais 12 procedimentos, habilitados pelo Estado e estão sendo pagos pelo Fundo Estadual de Saúde. É uma forma de ampliar a oferta desses serviços. São três novos serviços de alta complexidade em cardiologia: Concórdia, Brusque e Jaraguá do Sul, além de um novo serviço de cirurgias pediátricas em Brusque e a instalação de equipamentos hemodinâmica no Hospital da Criança em Joinville. Com isso, nossa rede de alta complexidade na cardiologia atende o estado como um todo, não vamos mais ter filas de crianças aguardando cateterismo cardíaco. Reduzimos a distância que os pacientes precisam percorrer, abrindo procedimentos cardíacos em cidades como Mafra, Xanxerê, Rio do Sul, Joinville, Itajaí, entre outros, sem que tenham que vir a São José no Instituto de Cardiologia.  São 130 novos leitos de UTI e vamos buscar habilitar no Ministério: recém nascidos, pediatria e adulto, minimizou a falta que tínhamos no estado, com despesa paga pelo estado até que ocorra a liberação federal.

E o tratamento do câncer?

Carmen Zanotto: Passamos a monitorar os pacientes pelo nome, quem tem câncer precisa de uma rápida ação do estado. Uma mulher, por exemplo, que encontra um nódulo na mama não precisa mais correr nos municípios para fazer a biópsia, um dos 14 serviços habilitados na oncologia precisa receber essa paciente. Também aberto aos outros tipos de câncer, e encaminha o tratamento necessário (cirurgia, quimioterapia ou radioterapia) em caso de resultado positivo para a doença. Precisamos que os serviços atendam os pacientes com câncer no prazo inferior a 60 dias. Por isso, o atendimento de quem tem o diagnóstico positivo do câncer foi separado dos pacientes das cirurgias eletivas.

É possível zerar a fila de cirurgias eletivas?

Carmen Zanotto: Existe uma lógica, são 105 mil pacientes na fila há muitos anos, inclusive de 2011, quando terminamos esse conjunto de paciente é preciso olhar para frente e as coisas ocorrem simultaneamente. Os que estão chegando também precisam de assistência para não deixar acumular. Ter uma linha de corte desse tempo de espera quase infinito, então são 105 mil cirurgias realizadas, além dos 117 mil que aguardavam a consulta cirúrgica, consultamos mais de 84 mil pacientes que mudaram de fila. Passam a aguardar pela cirurgia eletiva. Para dar conta da demanda, estamos autorizando mais hospitais a fazer as cirurgias, como é o caso do Hospital Imigrantes que veio para o SUS, abrindo leitos de UTI, para atender o pós-operatório. São várias frentes de trabalho, com certeza, Santa Catarina nunca mais poderá viver cenários como o que recebemos.

Como é o projeto de doação de órgãos apresentado em Brasília?

Carmen Zanotto: Em 2019, apresentamos um projeto de lei que faz de todo cidadão brasileiro um doador de órgão a menos que eles se manifestem contrariamente. Quando fui secretária de Saúde em 2008 transformamos efetivamente o SC Transplante em uma política de Estado, mas precisamos avançar. Ainda temos filas para alguns órgãos, como é o caso da córnea, temos que fazer esse enfrentamento. Muitas vezes o cidadão tem o desejo de ser doador, mas ele não comunicou à família. Santa Catarina tem um trabalho consolidado, as equipes têm expertise na hora de abordar nos hospitais, mas é preciso avançar. Cada rim que conseguimos transplantar, é um cidadão que tiramos de uma máquina de hemodiálise, para onde vai três vezes por semana durante quatro horas, fora o deslocamento, em especial para quem vive no interior. Por isso o ato de fazer a doação é muito significativo para quem recebe, pois salva muitas vidas.

E como estão as emergências dos hospitais na Grande Florianópolis?

Carmen Zanotto: A situação que encontramos era crítica e precisamos tomar medidas para acelerar os processos. Hoje temos mais de 22 ordens de serviço sendo executadas, desde revisão de sistema de aquecimento de água, parte elétrica, hidráulica, gás medicinal, além da parte estrutural. Vamos entregar em breve a nova sala de espera do Hospital Infantil, assim como do Hospital Regional e da Maternidade Carmela Dutra, todas em fase de proposta para realização das obras. Precisamos enfrentar essa situação e o decreto de emergência possibilita dar velocidade em todo esse processo.

Como reverter a queda dos índices de vacinação no estado?

Carmen Zanotto: Precisamos garantir a cobertura vacinal adequada de todas as doenças, como a paralisia infantil, sarampo e as síndromes respiratórias, por exemplo. Precisamos divulgar e conscientizar as famílias e a importância da proteção da população com os imunizantes. Multiplicar a informação nos municípios, que são os responsáveis pela aplicação, o Estado trabalha na capacitação dos profissionais responsáveis pela aplicação e garantir que os números aumentem por meio do esclarecimento permanente.

?Acompanhe trechos da entrevista concedida pela Secretária Carmen Zanotto?

RCN

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