Esses são os valores informados por 73 cidades do Rio Grande do Sul, esclarece a Confederação Nacional dos Municípios

Os Municípios gaúchos afetados pelos temporais desde o fim de abril já contabilizam mais de R$ 8,9 bilhões de prejuízos financeiros, sendo R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões. Até o momento, foram registrados impactos em 105,6 mil habitações. A Confederação Nacional de Municípios (CNM), que acompanha diariamente a situação, reforça que os dados são parciais, uma vez que as gestões locais enfrentam dificuldades de inserir as informações nos sistemas.

A tragédia já soma 148 mortes confirmadas, de acordo com os dados coletados até as 15h desta terça-feira, 14 de maio. Os boletins organizados pela CNM são publicados diariamente.

A CNM ressalta que nesta segunda-feira, 13 de maio, o Governo do Estado do Rio Grande do Sul atualizou o rol de decretações de anormalidade e mudou suas categorias por meio do Decreto Estadual 57.614/2024, excluindo 31 Municípios e alterando a categoria de estado de calamidade para situação de emergência de 320 Municípios. Dessa forma, apenas 46 municípios estão reconhecidos como em estado de calamidade pelo governo estadual. A CNM informa que há a expectativa de que o governo federal expeça outro decreto atualizando a lista de Municípios no mesmo padrão do decreto estadual. 

SITUAÇÃO ATUAL – TEMPORAIS RIO GRANDE DO SUL
(Dados atualizados em 14 de maio de 2024, às 15h)

1. CONTEXTO
Desde o dia 29 abril, as tempestades estão assolando o Estado do Rio Grande do Sul, causando mais de R$ 8,9 bilhões em prejuízos financeiros.

São 446 Municípios afetados, segundo a Defesa Civil Estadual. Destes, 397 Municípios foram reconhecidos pelo governo federal em Estado de Calamidade Pública, por rito sumário, dos quais 331 registraram os decretos no sistema federal. A CNM destaca que a maioria dos Municípios que registraram seus decretos de anormalidade, começaram a detalhar os danos materiais e humanos. Já sobre prejuízos, apenas 73 Municípios começaram a inserir os R$ 8,9 bilhões. Reitera-se que as informações são parciais e as informações são atualizadas diariamente pelos Municípios, uma vez que em algumas localidades os níveis da água já começaram a baixar. 

2. SETORES MAIS AFETADOS PELOS TEMPORAIS NO RS - PREJUÍZOS ECONÔMICOS

O total de R$ 8,9 bilhões em prejuízos foi informado pelos Municípios, mas são parciais e estão sendo alterados pelos gestores locais à medida que o nível da água continue a baixar. Desse total, tem-se que R$ 2,4 bilhões são no setor público, R$ 1,9 bilhão no setor privado e a maioria dos prejuízos, por enquanto, referem-se ao setor habitacional, com R$ 4,6 bilhões, sendo mais de 105,6 mil casas danificadas ou destruídas. A CNM reitera que os dados são parciais, informados pelos gestores municipais e estão sendo atualizados à medida que mais Municípios preenchem as informações no sistema federal. Por isso, os valores sofrem constantes alterações para mais ou menos à medida que as verificações em campo se intensificam.

2.1. Impacto nas Habitações:

Danificadas: 96,5 mil;
Destruídas:  9,1 mil;
Total unidades habitacionais: mais de 105,6 mil;
Prejuízos na habitação: R$ 4,6 bilhões.


2.2. Principais setores públicos afetados:

Danos materiais (instalações públicas como escolas, hospitais, prefeituras, prédios de serviços públicos, instalações de usos comunitários, etc.): R$ 428 milhões em prejuízos;
Obras de infraestrutura (pontes, calçamento, asfaltamento de ruas e avenidas, viadutos, sistemas de drenagens urbanas etc.): R$ 1,7 bilhão em prejuízos;
Sistema de transportes: R$ 83,6 milhões em prejuízos;
Assistência médica emergencial: R$ 8,8 milhões em prejuízos;
Sistema de esgotamento sanitário: R$ 18,5 milhões em prejuízos;
Limpeza urbana e remoção de escombros (recolhimento e destinação): R$ 37,7 milhões em prejuízos;
Geração e distribuição de energia elétrica: R$ 4,8 milhões em prejuízos;
Sistema de ensino: R$ 83,8 milhões em prejuízos;
Abastecimento de água: R$ 11 milhões em prejuízos;
Sistema de controle de pragas e vetores (desinfestação e desinfecção): R$ 1,2 milhão em prejuízos;
Distribuição de combustíveis: R$ 2,1 milhões em prejuízos;
Segurança Pública: R$ 2 milhão em prejuízos;
Telecomunicações: R$ 965 mil

2.3. Principais setores privados afetados:

Agricultura: R$ 1,3 bilhão em prejuízos;
Pecuária: R$ 165,3 milhões em prejuízos; 
Indústria: R$ 255,5 milhões em prejuízos;
Comércios locais: R$ 127,5 milhões em prejuízos;
Demais serviços: R$ 84,5 milhões em prejuízos.


3. DANOS HUMANOS – RIO GRANDE DO SUL

148 mortos;
816 desaparecidos;
91,4 mil desabrigados;
651 mil desalojados;
9,6 mil feridos e enfermos;
3,1 milhão de  pessoas afetadas.

OBS1: Apenas o número de mortos foi extraído da defesa civil estadual. Os demais dados foram extraídos do sistema federal do MIDR. Sobre os altos valores de pessoas desaparecidas, a CNM informa que de 23 Municípios com dados sobre desaparecidos no sistema federal, apenas quatro respondem por 85% do total São eles: Eldorado do Sul (300), Gramado Xavier (164), Candelária (120) e Canoas (114).  A Confederação iniciou contato com os Municípios para verificar se o número de desaparecidos está atualizado e caso não esteja, está destacando a importância de atualização dos dados no sistema federal. Reitera-se que os dados são preenchidos pelos Municípios e são parciais, os quais sofrem constantes alterações para mais ou menos à medida que as verificações em campo se intensificam.

OBS2: Na data de ontem (13/05), o Governo do Estado do Rio Grande do Sul atualizou o rol de decretações de anormalidade e mudou suas categorias por meio do Decreto Estadual nº 57.614/2024, excluindo 31 Municípios e alterando a categoria de estado de calamidade para situação de emergência de 320 Municípios. Dessa forma, apenas 46 municípios estão reconhecidos como em estado de calamidade pelo governo estadual. A CNM informa que há a expectativa de que o governo federal expeça outro decreto atualizando a lista de Municípios no mesmo padrão do decreto estadual. 

Informações da Agência CNM