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Sexta-Feira, 17 de Maio de 2024




Webinar Faesc e Safras & Mercado

Commodities perdem força com juros em alta e dólar forte, aponta especialista

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Webinar da Faesc e Safras & Mercado abordou as perspectivas de mercado do milho e soja

Commodities perdem força com juros em alta e dólar forte, aponta especialista
Foto: Roberto Leal/APPA
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Orientar os produtores e o dirigentes rurais sobre as mudanças no cenário macroeconômico e as perspectivas de mercado é o principal objetivo das webinars promovidas mensalmente pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), com a parceria da Safras & Mercado – maior referência no agronegócio brasileiro e de abrangência internacional. A edição de abril ocorreu nesta terça-feira (30) e abordou o “Cenário e demanda global, perspectivas de mercado do milho e soja”.

O presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, assinalou que as informações mercadológicas ajudam os produtores e empresários rurais a planejar melhor, tanto a programação da produção, quanto a venda das safras. Durante a abertura do evento, o dirigente apresentou o palestrante e consultor-chefe da Safras & Mercado, Paulo Roberto Molinari, reconhecendo que a experiência do especialista tem sido essencial para balizar os negócios do setor produtivo. Ao convidá-lo para a palestra perguntou sobre as tendências previstas para os preços das commodities agrícolas, especialmente em relação à próxima safra de soja e milho, e sobre as perspectivas para o mercado de grãos. 

Ao longo de sua explanação, Paulo Roberto Molinari abordou temas como “El nino convergindo com La nina”; “Juros nos Estados Unidos e a nova política econômica no Brasil”; “Safra 24 América do Sul”; “Safra Estados Unidos 2024” e “Visão 2024/2025”.

Câmbio

Iniciou sua apresentação explicando porque o câmbio saiu de R$ 4,80 para R$ 5,20 de uma hora para outra. “Em primeiro lugar, temos uma moeda americana que voltou a ter uma valorização forte no exterior medido pelo índice chamado dólar index. Quando esse indicador sobe mostra um dólar muito forte e isso tem a ver com a inflação americana intensa. Hoje o câmbio saiu de R$ 5,10 no Brasil para R$ 5,20 e isso aconteceu em razão da inflação de custos para as empresas americanas. Essa inflação veio mais alta e, com isso, os mercados ficaram desnorteados, as bolsas de valores caíram no exterior, o dólar subiu e refletiu no mercado brasileiro”.   

De acordo com Molinari, esse dólar forte está refletindo a situação americana que reverbera no Brasil. “Se a inflação americana continuar alta a taxa de juros não deve cair tanto e poderá até subir se o feed (ferramenta utilizada pelo Banco Central dos Estados Unidos para orientar a economia) quiser apertar um pouco o quadro americano”.

China
Dólar forte e outras moedas fracas, foi o ano da China, o maior comprador de carne bovina brasileira, um dos grandes compradores de carne de frango e um dos maiores compradores de carne suína brasileira. “A moeda chinesa está exatamente ao contrário, bem mais fraca. Com isso, não conseguimos aumentar os preços em dólar no setor cárneo porque nosso principal comprador continua com a moeda desvalorizada, o que não permite alta em dólar. O real está acompanhando esse movimento, o que o torna mais fraco”.

Ao falar sobre a política econômica brasileira, Molinari realçou que o Governo está aumentando os impostos para cobrir as despesas e isso tira liquidez da economia. De acordo com ele, a inflação está baixa, mas isso não é um bom sinal no Brasil porque reflete na redução do poder de compra da população com excesso de impostos. Frisou ainda que na semana que vem o Comitê de Política Monetária (Copom) do Brasil poderá reduzir mais meio por cento a taxa de juros.

Saída de capitais

“Existe uma correlação chamada arbitragem entre os juros externos e os internos, o que atrai capitais ou afugenta capitais. Se o Banco Central Brasileiro continuar, politicamente, reduzindo juros agressivamente independente do exterior, teremos mais saídas de capitais porque chegamos ao limite. Se lá fora os juros não caem e no Brasil reduzem teremos saídas de capitais e é isso que o mercado financeiro está dizendo ao Governo”, afirmou Molinari ao destacar que a mensagem ao Poder Público é que monitore melhor a economia porque haverá saída de capitais.

Molinari prosseguiu falando sobre a oferta e demanda do milho nos Estados Unidos, na Argentina e na China; a oferta e demanda de soja nos Estados Unidos, China e Brasil; entre outros aspectos. Em resumo, o evento oportunizou abordar a inflação nos Estados Unidos e o ritmo de juros em 2024, além de confirmar que as commodities perdem força com juros em alta e dólar forte. O palestrante também fez um alerta para a economia da China, falou sobre os impactos do clima La Nina 2024/2025, apresentou um panorama sobre o fato do trigo depender do fluxo da Rússia, comentou sobre o plantio norte americano, entre outros aspectos.  

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