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Sexta-Feira, 3 de Maio de 2024




Um presidente para dois brasis

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A estagnação e o atraso de uma região baseados no latifúndio escravagista, contrastando com o desenvolvimento econômico da outra região...

A estagnação e o atraso de uma região baseados no latifúndio escravagista, contrastando com o desenvolvimento econômico da outra região industrializada e abolicionista, levou os Estados Unidos a uma guerra civil, a guerra da secessão, conflito que em cinco anos deixou um saldo de 600 mil mortos.
O mapa dos resultados da eleição presidencial em nosso País, no primeiro turno, nos remete a associação histórica entre o Brasil de hoje e os Estados Unidos do século XIX. Aqui também há um caso de secessão.
Lula venceu no Rio de Janeiro e nos estados do nordeste, nos mais pobres; Geraldo Alckmin venceu no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso, Rondônia, Acre e Roraima, enfim nos mais ricos, prósperos, ou desenvolvidos.
Vivemos em tempos mais civilizados e certamente a nossa secessão se resolverá pela via democrática e eleitoral, sem ceifar vidas inocentes.
Na década de 60, do século passado, o francês Jacques Lambert produziu uma obra, hoje considerada clássica, Os dois Brasis, em que já observa a divisão clara entre um país rico e um país pobre, um moderno, outro arcaico, um urbano, o outro desértico, convivendo dentro das mesmas fronteiras.
Em 1974, Edmar Bacha cunhou a expressão Belíndia, uma mistura entre a pequena e rica Bélgica e a imensa e pobre Índia para definir a distribuição das riquezas e do desenvolvimento brasileiro.
Os milhões de famintos, dependentes do assistencialismo, do bolsa família, retribuem as migalhas que recebem com votos, a coronéis, a governantes, que insistem em conservá-los confinados na indignidade da pobreza extrema e dos currais eleitorais, em um destes brasis.
Aqui não se trata de uma luta venezuelana, entre ricos e pobres, alimentada pelo populista Chaves e, por vezes, insinuada pelo Presidente Lula, o Presidente brasileiro que contemplou os banqueiros com os maiores ganhos da história.
Neste segundo turno, todos os brasileiros, ricos, ou pobres, de todas os estados e regiões do País, têm ainda mais uma chance para optar por um projeto nacional que una a todos na superação do atraso; ou, em continuar a aprofundar as desigualdades que nos colocam em trincheiras opostas, mas rendem dividendos a projetos de poder de uns poucos.

 

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