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Sábado, 11 de Maio de 2024




Artigo: Relembrando Lauro Müller

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Em 8 de novembro transcorreu o 145º aniversário de nascimento do primeiro governador de Santa Catarina, o itajaiense Lauro Severiano Müller.

Em 8 de novembro  transcorreu o 145º aniversário de nascimento do primeiro governador de Santa Catarina,  o itajaiense Lauro Severiano Müller, que, ao tomar posse aos 26 anos, foi  o mais jovem governador do Brasil em todos os tempos!

 Depois dele, o mais jovem Governador foi Gilberto Mestrinho, no Amazonas, empossado aos 31 anos, em 1959.

Após uma experiência frustrante como comerciante, ao lado de um tio que vivia no Rio de Janeiro, ingressou na carreira militar, onde fez carreira fulgurante. Iniciando como alferes em 1885, foi promovido a segundo-tenente, em 1889; a primeiro-tenente, em 1890; a major, em 1900; a tenente-coronel, em 1906; a coronel, em 1912; a general-de-brigada, em 1914; e a  general-de-divisão,  em 1921.

No meio dessa brilhante trajetória militar, este ilustre catarinense de Itajaí, filho de imigrantes alemães, de origem modesta, construiu aquela que talvez seja nossa mais rica e completa biografia política.

Governador do Estado, em 1889. Três mandatos de deputado federal, de 1891 a 1899. Outros cinco de senador, até 1923. Ministro da Indústria, Viação e Obras Públicas do Governo Rodrigues Alves. Ministro das Relações Exteriores dos presidentes Hermes da Fonseca e Wenceslau Braz. Ainda voltaria a se eleger Governador de Santa Catarina em 1918, mas renunciou ao mandato, antes de tomar posse, possibilitando a ascensão de Hercílio Luz, no que honrou o acordo de não dividir as forças republicanas.

Alguns detalhes são preciosos na composição desta personalidade. Inicialmente, a dupla primazia: ter sido o primeiro Governador catarinense e o mais jovem do Brasil. Não menos importante é saber que no ministério das Relações Exteriores ele sucedeu ninguém menos que o eminente Barão do Rio Branco. ?Sucedo-o sem substituí-lo?, disse, ao tomar posse do novo posto.

Patrono de uma das quarenta cadeiras da Academia Catarinense de Letras, o reconhecimento do seu valor como homem de cultura lhe propiciou a eleição para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo, mais uma vez, o também acadêmico Barão do Rio Branco, e o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Harvard.

Mas nem tudo foram flores.

 O ?alemãozinho de Santa Catarina?, como costumava chamá-lo seu rival gaúcho Pinheiro Machado, ironicamente, mas com admiração e respeito, teve uma grande e profunda amargura.

 Em meio às escaramuças da primeira guerra mundial, depois que a marinha alemã torpedeou navios brasileiros, teve início uma injusta campanha contra a sua permanência no Ministério do Exterior. Injusta e descabida por ter sido ele um dos fiadores da vitória diplomática brasileira sobre a Bolívia, que permitiu a compra do Acre e sua integração ao território brasileiro.

?Quem nasceu no Brasil é brasileiro ou é traidor?, era sua resposta às suspeitas levianas levantadas contra ele pelos seus ferrenhos adversários, apontando sua origem alemã, não obstante tenha sido um dos militares e políticos mais dedicados à causa brasileira.

Lauro Müller renunciou ao cargo de Ministro, que tanto dignificara, e voltou, triste e resignado, à cadeira de Senador, onde continuou prestando relevantes serviços a Santa Catarina e ao Brasil.

Coisas da política velha...

 

LUIZ HENRIQUE DA SILVEIRA ? Governador do Estado

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